A palavra grafologia é oriunda do grego: graphein (“escrever”) ou graphos (“escrita”) e logos (“estudo”). Ou seja, a grafologia é uma ciência que busca interpretar e analisar o caráter psicológico e a personalidade da pessoa através da caligrafia utilizando métodos científicos internacionais.
O primeiro relato histórico da grafologia data de 1622 quando o médico italiano Camilo Bladi publicou um livro chamado “Tratado sobre como, através de uma carta, chega-se ao conhecimento da natureza e das qualidades do autor”. Em 1871, Jean Hyppolyte Michon, padre francês, fundou a revista “La Graphologie” e publicou o artigo “Os mistérios da escrita. Arte de julgar os homens com base em seus autógrafos”. Michon é considerado como o pai ou o precursor da grafologia. No Brasil a primeira publicação sobre o assunto foi em 1900 quando o médico baiano, José Antônio de Gouveia Costa Pinto, publicou “A Grafologia em Medicina Legal.”
A escrita é algo peculiar da raça humana. Nenhum outro animal tem tal habilidade. Porém, a escrita não é realizada apenas pelas mãos. Quem escreve é o cérebro. As mãos são apenas um instrumento e realizam aquilo que o cérebro determina. O cérebro é um órgão altamente complexo e especializado, cada área possui uma função específica e processa o tipo de informação que recebe. Contudo, cada área consegue se comunicar com outras áreas do cérebro devido à capacidade que os neurônios (as células do cérebro) possuem de se comunicar com outros neurônios, através de seus dendritos e axônios, transmitindo impulsos nervosos.
A formação da escrita é uma ação maravilhosa, elaborada e há vários fatores envolvidos no ato de escrever. Estão presentes a visão, a audição, a fala, o olfato, o tato, os músculos, os sentimentos. Não existe uma área específica no cérebro relacionada com a caligrafia. As principais são área de Wernick, área de Broca, córtex occipital, lobo frontal, cerebelo, tálamo, corpo caloso, sistema límbico (incluindo hipocampo e amígdala) com a função de aprendizado, memória e cognição.
Se quem escreve é o cérebro então qualquer alteração no cérebro irá alterar a escrita. As causas dessas alterações podem ser doenças infecciosas (meningite, encefalite, etc), trauma, mal formação, uso de drogas lícitas ou ilícitas, e até mesmo doenças psíquicas. As áreas da ciência que estudam, efetuam diagnóstico, tratam e conduzem condutas nas alterações da mente humana e de seus comportamentos são a psiquiatria e a psicologia. A psicologia utiliza métodos científicos para estudar a psique e, dentre esses métodos, há a grafologia. O grafólogo não é necessariamente um psicólogo, mas precisa ter conhecimentos de psicologia, já que não faz diagnóstico mas presta um auxílio aos profissionais nas suas avaliações.
A psicologia é composta de vários ramos ou vertentes. Uma dessas vertentes é a psicologia jurídica que utiliza os seus conhecimentos em favor do direito, da Justiça, auxiliando em quesitos psíquicos em um processo. Atua no direito penal (criminologia), direito civil, direito da criança e do adolescente, direito do trabalho, dentre outros. Existe uma área específica de conhecimento na psicologia jurídica que é o “criminal profiling” ou psicologia investigativa e que atua na fase de investigação de um crime com o objetivo de identificar as características do autor de um crime através de entrevistas e coleta de dados.
A grafologia estuda as reações de uma pessoa através de sua escrita e mostra o que está passando na mente do autor do texto naquele momento. Também consegue analisar tendências agressivas. Assim, consegue ser útil na investigação (“criminal profiling”), na perícia de documentos, no direito penal (avaliando criminosos e acusados), no direito civil (avaliando traumas emocionais e distúrbios psicológicos), no direito trabalhista (avaliando empregadores e colaboradores), no direito da criança e do adolescente (avaliando casais pretendentes à adoção, crianças que serão adotadas, agressões às crianças e adolescentes, adolescentes infratores em medidas socioeducativas).
Diante disso, a grafologia faz parte da grande área forense. A Faculdade Volpe Miele – FVM possui, além do curso Carreira em Grafologia – Grafoscopia, a pós graduação lato sensu em Ciências Forenses. Clique aqui e conheça todos nossos cursos!