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O profiling criminal é a ciência que realiza uma análise comportamental dentro do contexto investigativo. Diferentemente do que se pode pensar, essa análise não se restringe apenas ao ofensor, mas também pode (e deve) ser aplicada à vítima. Mas calma! Não se trata de afirmar que a pessoa que sofreu a agressão é culpada por ter se tornado uma vítima Quer conhecer um pouco sobre a Vitimologia? Então leia esse conteúdo até o final!

O Que é a Vitimologia?

A vitimologia é uma ciência do ramo da criminologia que busca estudar a relação entre vítima, agressor, e todas as circunstâncias que levaram à consumação do crime.

Para a criminologia, ramo do qual a vitimologia pertence, vítima e a pessoa que tem seus interesses sacrificados, sofrendo algum dano a seus direitos ou tendo sido atingida por um mal. É o sujeito passivo de um crime.

Este estudo científico das vítimas auxilia tanto na investigação criminal, quanto na resolução de questões legais e na prevenção de crimes futuros. Ao cruzar o grupo de exposição ao risco que a vítima possui em sua rotina diária com o grau de exposição que possui em situações extraordinárias, a polícia e, principalmente os investigadores, podem descobrir quem teve acesso à vítima e de que maneira isso ocorreu. Também é possível entender quando, onde e como o ofensor conseguiu tornar determinado indivíduo sua vítima.

Através do entendimento de questões como o “como” e o “porquê” da escolha de uma vítima específica, é possível determinar qual a relação entre vítima e ofensor. Esta pode ter se dado de maneira acidental, mas indica uma ligação que pode ser de âmbito geográfico, laboral, rotineira, escolar, profissional, e muitos outros. Assim, nasce a possibilidade de delimitar os suspeitos aos que, de alguma dessas formas, tiveram acesso à vítima.

A vitimologia, então, observa aspectos da vida em geral da vítima para poder determinar:

  • Quem tinha acesso à vítima;
  • Quais os meios aos quais a vítima tinha acesso;
  • Quando, onde e através de qual meio o ofensor teve acesso à vítima;
  • Como o ofensor manteve controle da vítima;

Vitimização Primária e Secundária.

A vitimologia aponta que a vítima sofre danos decorrentes da agressão causada pelo agressor em dois momento distintos:

  • Vitimização primária: ocorre no momento em que o ofensor está cometendo o crime, violando os direitos da vítima. São os efeitos diretos da conduta do criminoso. Não necessariamente esse dano será físico, também podendo ser material, psicológico, sexual, etc;
  • Vitimização secundária: ainda que a vítima se veja livre do agressor, ou que a ação desse tenha se encerrado, não se encerra o sofrimento da vítima. Ela ainda terá que passar pelas angústias da investigação criminal, do processo penal e até mesmo da sua reintrodução na sociedade em alguns casos. É o que ocorre quando ela é verbalmente agredida pelo advogado de defesa durante o julgamento, por exemplo.

Avaliação de Risco das Vítimas.

Para isso, é analisado o grau de exposição da vítima, junto com o seu estilo de vida.

O grau, portanto, diz respeito à frequência com a qual a vítima é exposta a elementos que podem lhe ser prejudiciais:

  • Vítimas de baixo risco: são indivíduos cuja vida profissional, social e pessoal não oferece risco elevado de lesões, danos pessoais ou mesmo materiais. Entende-se que essas pessoas são expostas a perigos raramente, menos de uma vez por semana. É o caso de crianças, ou mesmo de famílias que vivem e passam a maior parte do tempo em áreas residenciais.
  • Vítimas de médio risco: refere-se àquelas pessoas que são expostas a perigos com certa regularidade, mas que ainda possuem uma rotina considerada segura. Por exemplo, jovens universitários que, ocasionalmente, vão a baladas e festas.
  • Vítimas de alto risco: são indivíduos que estão constantemente expostos a perigos e a situações que podem causar danos pessoais, lesões, e torná-los vítimas de crimes. Profissionais do sexo e usuários de drogas são alguns exemplos, mas também é possível citar policiais e paramédicos: profissões de prestígio, mas que envolvem certo risco

Também é recomendável que seja analisada a situação em que se encontrava o indivíduo no momento em que se tornou vítima. Um jovem empresário, que mora em uma zona residencial segura e que não tem o costume de frequentar festas, é obrigado a parar em um bairro periférico sem iluminação pública quando seu carro quebra.

Uma pessoa que seria, normalmente, considerada de baixo risco, passa a ser de alto risco devido à situação em que se encontra.

A vitimologia busca trazer maior clareza ao contexto investigativo ao responder uma pergunta simples, porém de resposta complexa: o que fez o criminoso escolher essa pessoa como vítima?

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